Como Ensinar e Criar um Sistema de Ensino

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A dada altura, é importante passar o nosso conhecimento a outros, para que outros possam usá-lo e não ter de redescobrir tudo do zero (como fizeste).

MAIS TARDE: Ver Engelmann sobre toda a logística de programas, sala de aula, etc, se quiseres falar sobre isso.

Dos Fatores mais Importantes para Comunicação Eficaz: ser Visualizável (exemplos visualizáveis)

  • A mensagem mais eficaz (escrita ou oral) é sempre visualizável (ou seja, consegues imaginar/visualizar mentalmente a mensagem )
  • É por isto que contar histórias é dos tipos de conteúdo mais fácil de perceber e memorizar – é porque histórias são visualizáveis

Facto: seres humanos pensam à base de exemplos, mesmo quando estão a ter pensamentos abstratos

  • Quando estás a descrever um certo processo abstrato, tu secretamente estás a pensar e descrever algum exemplo concreto (só que não reparaste que o estás a fazer) – procura sempre esse exemplo concreto, porque é o que transmitirá melhor a mensagem que queres passar.

O que é ensinar?

PROBLEMA: Como influenciar o aluno a ter os comportamentos que precisa para aprender?

Saber Ensinar= Saber Aprender + Saber Comunicar

Ensinar é a arte de desviar a atenção do aluno para as características relevantes, e eliminando todas as possíveis interpretações que não sejam aquela que se queira transmitir.

Criar uma realidade/interpretação/perspetiva que saliente todos os aspetos que queremos destacar (é isto que tento fazer nas estratégias gerais, especialmente de 9.º ano)

Princípios Fundamentais de Ensino

  1. Ao ensinares uma matéria, mostra exatamente o pensamento que o aluno tem de ter para executar a tarefa que queres.
    • Exemplo: “Conjugar o verbo ter”
      • Exercício: Completa: “O Gustavo … um gato.”
      • Como pensar:
        1. Experimenta substituir o sujeito por “eu”, “tu”, “ele”, “nós”, “vós”, “eles” até encontrares o pronome correto.
        2. Mediante o pronome correto que escolheste no passo anterior, escreve na resposta o verbo correto associado a ele (porque, na tua memória, tu já sabes “eu tenho, tu tens, ele tem, nós temos, vós tendes, eles têm”).

O grande problema do método de ensino atual

No geral, irritava-me (e irrita) esta ideia de ensinarem apenas os factos fundamentais e esperar que cada aluno magicamente consiga combinar esses factos fundamentais e criar as suas próprias estratégias gerais que os permitam resolver todos os exercícios. Esta talvez é a maior falha do ensino atual (completamente desconectada de como um ser humano realmente aprende).

Com isto, só os alunos que têm uma maior capacidade de detetar padrões/semelhanças (capacidade adquirida pelas suas atividades fora da escola) é que conseguem aprender alguma coisa. Porque quanto maior a nossa capacidade de detetar padrões/semelhanças, mais facilmente conseguimos ignorar todo a informação irrelevante partilhada pelo professor, e daí extrair apenas a mensagem que importante que o professor realmente quer passar.

  • Um ser humano aprender significa que, perante as circunstâncias atuais, sabe qual é a ação a executar nessas circunstâncias.
    • No fundo, ensinar é apenas transmitir ao aluno qual é a ação que deve executar em certas circunstâncias.
      • E quanto melhor for transmitida a ação que deve executar (sem informação irrelevante, sem espaço para várias interpretações, com o mínimo de informação nova de cada vez, etc.), mais rapidamente o aluno aprende a mesma quantidade de conteúdo (independentemente das capacidades atuais do aluno).
  • Para saber a ação a executar, um ser humano procura as semelhanças entre circunstâncias passadas e a situação atual, e dadas as ações passadas nessas circunstâncias, decide a ação atual a executar.
    • Por isso, um ser humano só aprende algo se, no passado, tiver tido circunstâncias semelhantes e ter executado uma ação semelhante à ação atual desejada.

Todas as estratégias de pensamento ensinadas devem ser generalizáveis

Por exemplo, a estratégia geral para pensar como resolver exercícios de Matemática deve ser a mesma ou muito parecida com aquela para resolver qualquer problema na vida.

Assim, podemos ensinar certos modos de pensar inicialmente aplicados a uma disciplina em particular, e depois colocar o aluno noutros contextos de vida onde poderá usar as mesma formas de pensar (e dizer-lhe mesmo para utilizar as mesmas estratégias no novo contexto)

O que é um sistema de ensino?

Um sistema de ensino é um sistema de 4 níveis:

  1. Missão de Ensino
  2. Programa da Disciplina
  3. Objetivo de Aprendizagem
  4. Lição
  1. Missão (Lista de Capacidades Essenciais)
  2. Capacidade Essencial (Lista de Exercícios)
  3. Exercício (Sequência de Lições)
  4. Lição (Sequências de Exemplos)
  5. Exemplos

Por isso, se queremos criar um sistema de ensino do zero, então precisamos de definir estes 4 níveis.

Nível 1: Define a Missão de Ensino

A pergunta mais importante: “Que capacidades queremos que os nossos alunos tenham?”

Um sistema de ensino é um sistema que garante que todos os alunos têm certas capacidades quando saem desse sistema.

Por isso, ao criarmos o nosso sistema de ensino, a pergunta mais importante de todas é: que capacidades queremos que os nossos alunos tenham quando saírem deste sistema?

Primeiro, arranja alguém sábio para responder à pergunta

Para responder à pergunta, queremos alguém que saiba realmente aquilo que cria pessoas de sucesso nas áreas em questão.

Para isso, precisamos de uma pessoa com 3 características essenciais:

  1. Que tem bastante sucesso nas áreas que esse sistema de ensino quer ensinar
  2. Que sabe extamente quais capacidades contribuem para o seu sucesso
  3. Que questiona constantemente as suas próprias crenças, pensamentos e ações

No fundo, quem responder a esta pergunta tem 3 características: é bom, sabe porque é que é bom e provavelmente está correto e completo (porque está constantemente a pensar em todas as maneiras como poderia estar incorreto ou incompleto).

Depois, responde à pergunta (cria uma lista)

Já temos uma ou mais pessoas sábias para nos dizer as capacidades essenciais para o sucesso nessas áreas, por isso ótimo!

Agora, cada uma destas pessoas vai escrever uma lista de todas essas capacidades essenciais para o sucesso.

Escreve só frases específicas!!!

O mais importante ao escrever a lista de capacidades é escreves apenas frases específicas (ou seja, frases que só têm uma possível interpretação):

  • Frases como “ter espírito crítico” ou “ser responsável” não são suficientemente específicas (porque têm várias interpretações) por isso estamos proibídos de as escrever.
  • Em vez disso, vamos transformar todas as nossas ideias em frases específicas (por exemplo, só frases do tipo “O aluno, nas circunstâncias X, deve ser capaz de fazer Y”)

Lembra-te: só definindo objetivos específicos é que podemos saber como alcançar esses objetivos (e avaliar o nosso progresso em direção a esses objetivos). Sem objetivos específicos, ninguém sabe o que fazer (e por isso cada um faz o que quer, em vez de seguir os objetivos).

Se necessário, tem também conversas de grupo

Escrever a lista inicial deve ser sempre um trabalho individual (para garantir que cada pessoa expressa todas as suas ideias e não é influenciada pela opinião de outros).

Mas se, a decisão final for uma decisão em grupo, então depois recomendo várias sequências de conversa em grupo, seguida de pensamento individual.

  1. Conversa em Grupo (analisam as conclusões de cada pessoa e aproximam-se de um consenso)
  2. Pensamento Individual (pensas em mais ideias que possam ajudar na próxima conversa de grupo)

Temos consenso? Temos lista!

Quando todos concordarem com a lista, então já temos a nossa lista de capacidades (só com capacidades específicas, ou seja, capacidades com uma única interpretação possível)!

Por isso, agora, o nosso único objetivo é fazer com que os nossos alunos, quando saírem do nosso sistema de ensino, tenham todas as capacidades que nós definimos.

E todos os nossos esforços, pensamentos e decisões a partir de agora devem ser só e apenas para nos aproximarmos cada vez mais deste objetivo (sem nunca nos distraírmos desse só e único objetivo).

Nível 2: Define o Programa de cada Disciplina (Lista de Exercícios)

Primeiro, decompõe a lista de capacidades essenciais em listas mais pequenas (disciplinas)

Já temos a nossa lista de capacidades essenciais para os nossos alunos! Boa! 😁🔥

Mas se esta lista de capacidades for bastante grande e variada, então podemos decompor essa lista em listas mais pequenas (e cada uma destas listas mais pequenas é aquilo a que normalmente chamamos uma “disciplina”).

No fundo, uma disciplina é apenas uma lista mais pequena de capacidades essenciais (que normalmente estão relacionadas de alguma forma).

Exemplo

Por exemplo, imagina que tens a tua lista grande de capacidades essenciais e 3 dessas capacidades são as seguintes:

  1. “ser capaz de falar em inglês para pedir comida num restaurante”
  2. “ser capaz de somar 2 números decimais”
  3. “ser capaz de criar um orçamento de quanto dinheiro irás gastar no próximo mês”

Para decompor em listas mais pequenas, temos aqui várias opções:

  • Opção 1:
    • uma lista com a capacidade 1 (disciplina “Inglês”)
    • uma lista com as capacidades 2 e 3 (disciplina “Matemática”).
  • Opção 2 :
    • uma lista com a capacidade 1 (disciplina “Inglês”)
    • uma lista com a capacidade 2 (disciplina “Matemática”)
    • uma lista com a capacidade 3 (disciplina “Economia”).
  • Opção 3:
    • uma lista com a capacidade 1 (disciplina “Inglês”)
    • uma lista com as capacidades 2 e 3 (disciplina “Matemática”)
    • uma lista com a capacidade 3 (disciplina “Economia”).

Na opção 2, criámos outra disciplina “Economia” (faríamos isto, por exemplo, se a disciplina “Matemática” já tivesse demasiadas capacidades para uma só disciplina).

Na opção 3, colocámos a capacidade 3 em duas disciplinas: disciplina “Matemática” e disciplina “Economia”. Aqui, a “Matemática” focava-se mais nos cálculos do orçamento enquanto que a “Economia” se focava mais no porquê e no como criar um orçamento (ou seja, a mesma capacidade pode estar em duas ou mais disciplinas, especialmente quando abordada com diferentes focos – ou então quando é uma capacidade que se aplica em muitos contextos e que, por isso, merece maior repetição).

Depois, decompõe cada capacidade essencial em exercícios

Já temos as nossas disciplinas, ou seja, as nossas pequenas listas de capacidades essenciais relacionadas! YAY! 😁🔥

Mas agora, como é que criamos o programa de cada disciplina? Ou seja, como é que criamos a lista daquilo que queremos que o professor de cada disciplina ensine?

É simples: pegamos nas pequenas listas de capacidades essenciais que já temos e vamos decompor cada capacidade essencial em exercícios (que o aluno deve ser capaz de resolver).

Cada um destes exercícios deve conter 2 elementos:

  1. o enunciado do exercício
  2. uma descrição de todas as possíveis variações desse exercício

DEVE TAMBÉM TER:

  • PRÉ-REQUISITOS (que fazem referência a uma capacidade essencial ensinada antes – se necessário fazer revisões, é só ver essa parte anterior do programa, que terá lã todos os exercícios).
  • Tempo máximo de resolução
  • Capacidade: “ser capaz de somar 2 números decimais”
    • Pré-requisitos:
      • “ser capaz de somar 2 números naturais”
      • “ser capaz de identificar dígito das décimas, das centésimas e das milésimas”
    • Exercícios 1 e 2: “Calcula A+B (se necesário, faz a conta em pé)”, “Calcula a soma de A e B (se necesário, faz a conta em pé)”
      • Duração máxima: 5 minutos
      • Variações:
        • Os números têm entre 0 e 3 casas decimais
        • Os números são menores que 1000
    • Exercícios 3 e 4: “Calcula mentalmente A+B”, “Calcula mentalmente a soma de A e B”
      • Duração máxima: 30 segundos
      • Variações:
        • Os números têm entre 0 e 2 casas decimais
        • Os números são menores que 10
  • Capacidade: “”

Porquê incluir estes elementos?

  • Exercício e Variações: dão uma lista detalhada e completa dos únicos exercícios que o professor tem de ensinar (sem deixar dúvidas ou espaço para interpretações)
  • Pré-requisitos: o professor sabe o que o aluno tem de ser capaz de fazer antes de aprender o novo conteúdo (e, por isso, pode fazer revisões desses pré-requisitos se necessário, consultando a parte anterior do programa onde estão esses pré-requisitos escritos e que lá terão a lista de exercícios desse pré-requisito, que serão os exercícios de revisão)
  • Duração Máxima: o professor cria testes com bases nas durações máximas destes exercícios
  • Exemplo Matemática: cada objetivo de aprendizagem é:
    1. um exercício concreto que o aluno tem de ser capaz de resolver (por exemplo, “calcula o perímetro do triângulo”)
    2. e explica todas as possíveis variações relevantes desse exercício (“O triângulo pode ter lados de qualquer comprimento. O comprimento dos seus lados é sempre um número natural e não tem unidades de medida. O triângulo no exercício pode ser representado ou só através de texto, ou através do seu desenho com os comprimentos no desenho, ou através do seu desenho mas com os comprimentos no texto. Todos os exemplos na imagem abaixo”.)

NOTA: Se capacidade essencial for pouco detalhada, podes decompô-la mais antes de criar novo exercício.

Exemplo

Por exemplo, se uma capacidade é “ser capaz de falar em inglês para pedir comida num restaurante”, podemos decompor esta capacidade na seguinte lista de capacidades mais detalhadas:

  1. “Ser capaz de falar em inglês para pedir a bebida”
  2. “Ser capaz de falar em inglês para pedir o prato principal”
  3. “Ser capaz de falar em inglês para pedir a sobremesa”
  • Capacidade: “Ser capaz de falar em inglês para pedir a bebida”
    • Pré-requisitos:
      • “ser capaz de dizer o nome de bebidas em inglês”
    • Exercício: “Responder à pergunta: What would you like to drink? (O que gostarias de beber?) Responder só com o nome da bebida.”
    • Variações:
      • A bebida pode ser: chá, café, água, sumo de laranja, vinho, cerveja
      • A frase pode ser: “dá-me” ou “quero” ou “gostaria de”

EXERCÍCIOS DE MÉTODO OBRIGATÓRIO OU NÃO?

  • Ao testar o aluno, não forçar métodos. O aluno deve ter a resposta correta usando o método que quiser.
  • Porém, devemos ensinar os vários métodos (desde que cada um tenha a sua utilização prática). Por exemplo, é útil saber fazer somas mentalmente e somas por “conta em pé” – mentalmente para cálculos mais pequenos e conta em pé para cálculos maiores “Conta em pé” é a automatização de generalização natural da “conta em pé”. Qual se ensinaria primeiro é uma questão cuja resposta é não óbvia (só analisando os detalhes).

Porquê escolher exercícios?

Definir um programa em termos de exercícios é o melhor porque assim os professores sabem que esses são os exercícios que devem ensinar e avaliar (não deixando qualquer espaço para dúvidas ou diferentes interpretações).

Temos o nosso programa!

No fundo, o que é um programa da disciplina? Um programa da disciplina é a lista de exercícios que um aluno deve ser capaz de resolver (com enunciado do exercício e todas as possíveis variações),

Nível 3: Define as lições

Já temos o nosso programa, ou seja, a nossa lista de exercícios que um aluno deve ser capaz de resolver.

Por isso, o que é queremos ensinar? Queremos ensinar o que for preciso para que um aluno seja capaz de resolver esse exercício.

Mas, muitas vezes, estes exercícios nao são tão simples tal que mostrar

Aqui, o segredo é decompor o exercício numa sequência de lições que gradualmente te ensina tudo o que um aluno precisa de saber para resolver o exercício.

Exemplo

  • Exercícios 1 e 2: “Calcula A+B”, “Calcula a soma de A e B”
  • Variações:
    • Os números têm entre 0 e 3 casas decimais
    • Os números são menores que 1000

Sequência:

  1. V

Nível 4: Ensina as Lições

Cada lição é ensinada através de uma sequência de exemplos.

  • Criar sequência de exemplos do qual a lição é a lição desejada (quanto mais seguidos os exemplos, mais fácil é aprender a lição)
  • Uma única diferença entre as duas situações causam um resultado diferente (e quando se testa imensas outras diferenças, não faz diferença nenhuma – mesmo resuiltado)

Sequência: eu, nós, tu (1.exemplo, 2.exercícios sequenciados para treinar, 3. exercícios aleatórios para testar)

  1. Primeiro, professor demonstra
  2. Depois, aluno faz com auxílio do professor
  3. Por fim, aluno faz sozinho

Mais adequado para ensino individual? Se bem que direct instruction também é utilizado para mais do que 1 aluno.

Exemplo dos meus livros:

  1. Exemplo: um número representativo de exemplos da ação correta a executar
  2. Exercícios sequenciados (gradualmente 1 mudança de cada vez): o aluno, olhando para os exemplos dados, tem de perceber a ação a executar nos novos exemplos (começam fáceis/parecidos com os exemplos originais e a cada novo exemplo, há uma única e ligeira alteração que permite ao aluno aprender mais um pouco – o objetivo é o aluno experienciar uma variedade suficiente de exercícios sequenciados que o permita saber exatamente a ação a executar mesmo para exercícios que nunca viu antes – “generalização”)
  3. Exercícios aleatórios para testar: dás exercícios que o aluno nunca viu antes, mas que deve ser capaz de fazer com base nos exercícios que já fez (é aqui que vês se o aluno memorizou perfeitamente a ação a executar ou se há alguns exercícios/casos específicos que precisam de mais treino)

Todos os passos devem ser ensinados (nada é óbvio – se não ensinámos, o aluno não sabe)

  • Isto se estiveres a ensinar a um grupo muito variado de alunos. Se for individual, claro que podes ajustar

Importância de lembretes (prompts) na aprendizagem inicial

Ajuda o cérebro a lembrar-se da ação seguinte, dadas as circunstâncias atuais. Com o tempo, o objetivo é o aluno já não precisar do lembrete (idealmente, o próprio aluno deixa de usar o lembrete quando já não precisar dele, porque usar o lembrete também dá mais trabalho). Uma possível progressão é o aluno lembrar-se do lembrete mas apenas mentalmente, e depois então sim nem precisa de se lembrar do lembrete.

Por exemplo:

Máxima Simplicidade

  • Exemplo: Eu, em Matemática, tento sempre descobrir a estratégia/receita mais simples que permite resolver o máximo de exercícios diferentes (assim o aluno tem de memorizar o mínimo possível)

Como criar testes e exames

Lembra-te: o grande objetivo é sempre perceber a capacidade real dos alunos, para que possamos tomar as ações adequar para ajudá-los a melhorar a sua situação.

  • Total Equilíbrio na escolha dos exercícios
    • cobrir toda a matéria que se pretende testar de forma equilibrada
      • incluindo todas as matérias (para garantir que nenhum ponto fraco dos alunos escapa, porque são testados em tudo)
      • Dar o mesmo peso a todas as matérias (para não dar vantagem ou desvantagem a ninguém por saber ou não saber o certo tema que valeria muito mais que os outros)
    • ter exercícios de todos os níveis de dificuldade (para podermos detetar com exatidão a capacidade real de cada aluno).
      • Exemplo 1: Porque, por exemplo, se não houver pelo menos 1 exercício mais difícil, então os alunos de 80% (os que não conseguiriam resolver os exercícios mais difíceis) e os alunos de 90%-100% (que conseguiriam resolver esses exercícios mais difíceis) acabam por ter todos a mesma nota – perto de 100% (e assim, erradamente, colocamos todos esses alunos na mesma categoria).
      • Exemplo 2: Do mesmo modo, se não houver exercícios fáceis/rotineiros/habituais, então não é possível distinguir os alunos de 20% (que simplesmente não conseguem fazer nada) e os alunos de 50% (que são os que costumam conseguir fazer pelo menos esses exercícios rotineiros, talvez por memorização). Sem haver exercícios rotineiros, todos estes alunos acabam por ter todas a mesma nota – perto de 20% (e assim, erradamente, colocamos todos esses alunos na mesma categoria).
      • Conclusão? Sem haver exercícios de todos os níveis de dificuldade, tanto professores, como alunos, como pais, como todos os outros envolvidos, não percebem a capacidade real de cada aluno e, por isso, torna-se muito mais difícil (senão impossível) saber as medidas certas a tomar para cada aluno. Este é o resultado de colocar todos os alunos nas mesmas categorias erradas. em vez de tentar diferenciá-los ao máximo, para podermos aplicar medidas mais eficazes para melhorar a situação concreta de cada aluno.
  • Nada de criar dificuldade desnecessária, que nada tem a ver com as capacidades que se querem testar (a dificuldade deve vir apenas da dificuldade do exercício em si, ou seja, da tarefa cognitiva a executar em si). Para isso, toda a linguagem/comunicação utilizada deve ser mínima e ter uma única intepretação:
    • nada de informação desnecessária nas perguntas (nada de curiosidades históricas, etc – “palha”)
    • nada de gráficos, desenhos e textos confusos: ou desorganizados (e, por isso, de difícil interpretação) ou que podem ter múltiplas interpretações.

Outros Pormenores – funcionamento de escola, etc.

Pré-requisitos

  • No processo de ensino, todos os pré-requisitos são dados como ensinados (e só nos focamos na única lição a ensinar agora)
  • Se o aluno não souber os pré-requisitos, deve fazer sequências anteriores

Passo a Passo – Colocar no programa ou exercício?

  1. Aprender: ensina as estratégia gerais mínimas para executar a tarefa
  2. Desafiar: executa a tarefa (aprendendo atalhos aplicáveis em casos especiais)
  3. Simular? melhora a duração e organização da resolução do exercício.

Só alguém em piloto manual é que consegue explicar bem

  • Só alguém que está atento ao que faz e pensa é que consegue descrever exatamente o que faz e pensa para chegar ao objetivo que quer ensinar.

Como usar cor, forma, posição eficazmente?

  • Nada por acaso. Tudo ajuda a comunicação Tudo deve ajudar a indicar hierarquia.
  • Linguagem totalmente concreta
  • Perguntas e Recapitular
  • Que possíveis interpretações alternativas?
  • Comunicar através dos exemplos – nem precisas de palavras

Princípio: exemplo primeiro, explicação depois

  1. Frase que indica onde prestar atenção
  2. Sequências de exemplos
  3. Explicação mais detalhada (se necessário)
  • Na vida real, normalmente começamos pelo exemplo e só depois extraímos a conclusão. Por isso, ensinar deve ser feito do mesmo modo.
  • Exceção: Às vezes, a teoria pode informar os exemplos seguintes a investigar, que talvez não seriam tão naturais sem criar a teoria. (mas isto só acontece em situalções mais avançadas, depois de uma pessoa criar a teoria – ou seja, não é relevante para uma primeira aprendizagem)

Grande Questão: como ensinar qualquer disciplina assim?

Truque: usar exemplos representativos

  • Representar cada categoria com um exemplo representativo

Ideia Fundamental: Demonstração de Fronteira Conceptual

  • Pequena diferença, categoria/resposta/nome/etiqueta diferente = característica é responsável pela diferente etiqueta (identificar o local exato da fronteira entre “sim” e “não”)
  • Pequena diferença, categoria/resposta/nome/etiqueta igual = característica não é relevante pela diferente etiqueta (explorar o interior do “sim” e o interior do “não”)

Raciocínio Indutivo

Aprendendo por experiência, estamos limitados aos dados que obtemos do passado. Ideia é que sequência de exemplos ajuda com isto.

  • Da primeira vez, estranhamos. Muitas vezes, tem de ser regra. Claro raciocínio indutivo. E quanto menos distração houver entre exemplos melhor. Idealmente, sequências não têm distrações e apenas têm mudanças na caracteriística relevante.

História certa

Criar uma história que use a linguagem que permita o máximo de conexões possíveis, com o mínimo de elementos diferentes.

Palavras e símbolos refletem relações entre si

Por exemplo:

  • Triângulo Acutângulo
  • Triângulo Retângulo
  • Triângulo Obtusângulo

Pelas palavras, é óbvio que estão relacionados, na forma que são um tipo de triângulo.

Outro exemplo: fazer multiplicação e divisão terem um processo parecido de cálculo

Exemplo Pessoal

É assim que eu crio os meus livros e especialmente os meus vídeos de 9º ano.

Outras Ideias

  • A outra pessoa só percebe certa informação se for capaz de manipular essa informação (transformá-la em ação ou combinar com outras informações que já tem no cérebro para criar novas ideias)

Cuidado com os exemplos da vida real que distraem (em vez de ajudar)

Cuidado ao relacionares certos assuntos com a vida real.

Muitas vezes, os nossos exemplos podem distrair demasiado o aluno (ativando-lhe outros pensamentos que não são relevantes para a aprendizagem em questão)

  • Exemplo: mostrar como respirar profundamente (ou seja, pelo diafragma) estando de tronco nu ou de tronco vestido?
    • Tronco nu é um pouco melhor do que tronco vestido para mostrar todos os movimentos do corpo (especialmente diafragma a subir e descer)
    • O problema de tronco nu é que distrai muita mais do que tronco vestido. Tronco vestido, no máximo, distrai os alunos com a escolha de roupa. Agora, tronco nu pode distrair os alunos de muitas formas (por exemplo, pensar: “tão magro” ou “que abdominais desenvolvidos” ou “acho que isto é nudez inapropriada”, etc, etc.)
  • No fundo, como os alunos normalmente não estão habituados a alguém estar de tronco nu, isso pode ser uma grande distração-(que distrai do objetivo principal de ensino, que é ensinar a respirar pelo diafragma).

Como Ensinar Bebés e Crianças – Sequência de Ensino

  • É possível começares a ensinar e veres resultados imediatos quando já começam a ter alguma capacidade de imitação.
  • Mas podes começar antes de o bebé conseguir imitar, porque embora não consiga imitar, o seu cérebro está a absorver a informação que tornará depois mais fácil quando chegar a altura de imitar.

Como fazer: Para ensinar o que quer que seja, olha sempre atentamente para o bebé/criança, e faz o exemplo a imitar ( depois, ele tentará imitar). Repete isto enquanto o bebê/criança continuar a mostrar interesse e atenção.

Sequência de Aprendizagem:

  1. Falar Vogais (A, E, I, O, U) – começa pela vogal que diz mais naturalmente e depois vai tentando as outras

Queremos?

Se quiseres investigar mais

Palavras-Chave

Fontes

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